Nuvens de Vênus podem permitir fotossíntese até mesmo à noite, diz estudo
Mesmo após os últimos estudos sobre Vênus praticamente descartarem as chances da vida por lá, a comunidade científica ainda não esgotou as possibilidades. Enquanto um artigo recente afirmou não haver umidade o suficiente para a proliferação da vida como a conhecemos, uma nova pesquisa mostra que as nuvens venusianas seriam, sim, úmidas o bastante — e mais: poderiam permitir fotossíntese, não apenas durante o dia, mas à noite também.
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Vênus oferece condições duras, não apenas às formas de vida terrestres, mas também às naves feitas por mãos humanas. As sondas que já pousaram por lá não duraram tempo o suficiente para que um estudo mais detalhado seja feito, mas os astrônomos ainda podem observar as emissões de luz, em todo o espectro eletromagnético, para conhecer os elementos e processos do planeta vizinho. Foi assim que os autores do novo estudo analisaram as nuvens de lá.
Conduzidos por Rakesh Mogul, os autores do estudo queriam saber se é possível vida microbiana se sustentar nas nuvens de Vênus (uma ideia que se tornou popular desde que Carl Sagan, em 1967, a apresentou ao mundo), além de buscar também restrições. O resultado apontou que a fotossíntese pode ocorrer 24 horas por dia no alto da atmosfera venusiana, pois as nuvens do meio e as mais baixas recebem energia solar semelhante à da superfície da Terra.
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Isso significa que os organismos fototróficos (os que utilizam luz como fonte de energia e a convertem em energia) hipotéticos teriam acesso à radiação solar durante o dia, e continuaria também durante a noite devido à energia térmica (infravermelha) proveniente da superfície e da atmosfera. Assim, essa fonte energética estaria disponível acima e abaixo das nuvens, fornecendo meios de sobrevivência — e diversificação — aos microrganismos fotossintéticos.
Ainda segundo o estudo, tanto a radiação solar filtrada pelas nuvens quanto a térmica mentida por elas, têm comprimentos de onda que podem ser absorvidos pelos mesmos pigmentos fotossintéticos encontrados na Terra. Aqui, em nosso planeta, a atmosfera se encarrega de filtrar (absorvendo) ondas como a ultravioleta (UV), por exemplo, que são altamente prejudiciais à vida terrestre. O mesmo ocorre por lá, segundo o estudo. Na verdade, Vênus recebe menos raios que nós.
Outro resultado animador é que Vênus possui água o suficiente para manter essas hipotéticas formas de vida microbiana. Eles calcularam uma abundância bem considerável, na verdade — superior aos resultados do estudo anterior, que descartou as chances de vida venusiana por aparentemente não haver água o suficiente. Contudo, uma vez que os cálculos de ambos os pesquisadores divergem, ainda não podemos afirmar muita coisa com certeza.
O que isso tudo significa, então? Há ou não água o suficiente para permitir a Vida como a conhecemos em Vênus? Ainda é cedo para qualquer conclusão definitiva, e o debate deve durar um bom tempo, até que sondas resistentes sejam enviadas para análises mais precisas. Mas o estudo de Mogul, publicado na revista Astrobiology, é favorável a uma resposta positiva.
Por fim, a nova pesquisa mostra que a química das nuvens do planeta vizinho seriam parcialmente compostas por formas neutralizadas de ácido sulfúrico. "Os níveis de acidez e atividade da água podem estar dentro de uma faixa aceitável para o crescimento microbiano na Terra, enquanto a iluminação constante com limitação dos raios UV sugere que as nuvens de Vênus podem ser hospitaleiras para a vida”, disse Mogul. “Acreditamos que as nuvens de Vênus seriam um grande alvo para a habitabilidade”, concluiu.
Leia a matéria no Canaltech.
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Daniele Cavalcante
Mesmo após os últimos estudos sobre Vênus praticamente descartarem as chances da vida por lá, a comunidade científica ainda não esgotou as possibilidades. Enquanto um artigo recente afirmou não haver umidade o suficiente para a proliferação da vida como a conhecemos, uma nova pesquisa mostra que as nuvens venusianas seriam, sim, úmidas o bastante — e mais: poderiam permitir fotossíntese, não apenas durante o dia, mas à noite também.
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Vênus oferece condições duras, não apenas às formas de vida terrestres, mas também às naves feitas por mãos humanas. As sondas que já pousaram por lá não duraram tempo o suficiente para que um estudo mais detalhado seja feito, mas os astrônomos ainda podem observar as emissões de luz, em todo o espectro eletromagnético, para conhecer os elementos e processos do planeta vizinho. Foi assim que os autores do novo estudo analisaram as nuvens de lá.
Conduzidos por Rakesh Mogul, os autores do estudo queriam saber se é possível vida microbiana se sustentar nas nuvens de Vênus (uma ideia que se tornou popular desde que Carl Sagan, em 1967, a apresentou ao mundo), além de buscar também restrições. O resultado apontou que a fotossíntese pode ocorrer 24 horas por dia no alto da atmosfera venusiana, pois as nuvens do meio e as mais baixas recebem energia solar semelhante à da superfície da Terra.
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Isso significa que os organismos fototróficos (os que utilizam luz como fonte de energia e a convertem em energia) hipotéticos teriam acesso à radiação solar durante o dia, e continuaria também durante a noite devido à energia térmica (infravermelha) proveniente da superfície e da atmosfera. Assim, essa fonte energética estaria disponível acima e abaixo das nuvens, fornecendo meios de sobrevivência — e diversificação — aos microrganismos fotossintéticos.
Ainda segundo o estudo, tanto a radiação solar filtrada pelas nuvens quanto a térmica mentida por elas, têm comprimentos de onda que podem ser absorvidos pelos mesmos pigmentos fotossintéticos encontrados na Terra. Aqui, em nosso planeta, a atmosfera se encarrega de filtrar (absorvendo) ondas como a ultravioleta (UV), por exemplo, que são altamente prejudiciais à vida terrestre. O mesmo ocorre por lá, segundo o estudo. Na verdade, Vênus recebe menos raios que nós.
Outro resultado animador é que Vênus possui água o suficiente para manter essas hipotéticas formas de vida microbiana. Eles calcularam uma abundância bem considerável, na verdade — superior aos resultados do estudo anterior, que descartou as chances de vida venusiana por aparentemente não haver água o suficiente. Contudo, uma vez que os cálculos de ambos os pesquisadores divergem, ainda não podemos afirmar muita coisa com certeza.
O que isso tudo significa, então? Há ou não água o suficiente para permitir a Vida como a conhecemos em Vênus? Ainda é cedo para qualquer conclusão definitiva, e o debate deve durar um bom tempo, até que sondas resistentes sejam enviadas para análises mais precisas. Mas o estudo de Mogul, publicado na revista Astrobiology, é favorável a uma resposta positiva.
Por fim, a nova pesquisa mostra que a química das nuvens do planeta vizinho seriam parcialmente compostas por formas neutralizadas de ácido sulfúrico. "Os níveis de acidez e atividade da água podem estar dentro de uma faixa aceitável para o crescimento microbiano na Terra, enquanto a iluminação constante com limitação dos raios UV sugere que as nuvens de Vênus podem ser hospitaleiras para a vida”, disse Mogul. “Acreditamos que as nuvens de Vênus seriam um grande alvo para a habitabilidade”, concluiu.
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